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Nesta quarta-feira, 8 de março, é comemorado o Dia Internacional das Mulheres, uma data criada em 1917 para a celebração da luta pelos direitos da mulher, sendo um marco essencial para o fortalecimento e reconhecimento do protagonismo feminino.
Desde a sua criação a data tornou-se uma oportunidade para reforçar a importância das políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão na sociedade e nas empresas.
Entre as diversas pautas levantadas, como, igualdade salarial de gênero, l combate às diversas formas de violência, direitos sobre o corpo e oportunidades igualitárias, uma delas é a presença de mulheres no mercado de trabalho e, principalmente, em posições de liderança.
Segundo um estudo realizado pela Grant Thornton, atualmente as mulheres ocupam apenas 38% dos cargos de chefia no Brasil, embora 51,1% da população brasileira seja feminina.
Ainda há um longo caminho a percorrer, mas os avanços – felizmente – já são visíveis. No setor ambiental, temos Lúcia Juliani, Sócia diretora da A Lasca Arqueologia. Geóloga formada pela Universidade Estadual Paulista – UNESP em 1980 e mestra em Arqueologia pela Universidade de São Paulo em 1996.
Em entrevista, Lúcia contou sobre as principais dificuldades que enfrentou em sua carreira. “Nesse início eu percebi de cara o preconceito em ser mulher (na arqueologia), assédio velado… Me formei em uma turma que no meio de um monte de homem só tinham três mulheres, cheguei a ouvir de um professor certa vez ‘mas como é que você vai ficar o dia inteiro em campo e quando você vai fazer as unhas?’”.
Em seus 43 anos de carreira, Lúcia já atuou no Departamento do Patrimônio Histórico do Município de São Paulo de 1996 a 2006, representando a instituição no CADES/SVMA entre 2000 e 2002. Atuou também como arqueóloga colaboradora da Scientia Consultoria entre 1991 e 2002 e hoje comanda uma empresa indo de encontro a todos questionamentos que ouvira durante seus primeiros anos como arqueóloga no Brasil.
“O mundo machista não me impediu de ser uma arqueóloga, de construir uma carreira, conseguir trabalhar prestando serviço pra empresas de arqueologia, depois criar minha própria empresa e dialogar com esse mundo masculino que ainda domina a área ambiental”, completa Lúcia.
Em mais um dia das mulheres sabemos que tivemos evolução desde sua criação em 1917, graças a mulheres pioneiras, como a Lúcia, que não desistiram de seus sonhos e correram atrás de suas vontades, temos hoje um mercado de trabalho tornando-se cada vez mais igualitário. Com mulheres ocupando posições que não tem o porquê não ocuparem.
Mas, mais do que apenas comemorar, que pensemos sobre tudo que ainda queremos e precisamos conquistar, para enfim ter a igualdade que merecemos. Que as homenagens da data se reflitam em um verdadeiro reconhecimento cada vez mais em nossa sociedade!
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Eduarda Marques, Redação Arqueorede.
- Para conferir a entrevista na íntegra com Lúcia Juliani, acesse: https://youtu.be/7aZDvG1WqM4