As companhias que pretendem atrair a atenção de investidores por meio de políticas ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) devem estar atentas à transparência e à maneira como comunicam suas metas relacionadas ao tema. Não vale apenas dizer que está comprometido, mas mostrar como e em quais etapas irá alcançar determinado objetivo. A avaliação é de gestores de renda fixa e variável que participaram de uma série de encontros sobre ESG promovidos pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), pela Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) e pela B3.
No total, foram 12 reuniões realizadas desde outubro de 2021, com cerca de 1,7 mil participantes somando todos os encontros. As reuniões chegam ao fim hoje com a apresentação de um relatório com pontos de atenção listados por investidores e companhias. Durante o processo, também foram ouvidos órgãos reguladores e autorreguladores, provedores de índices e instituições financeiras.
“Com o fórum, buscamos mostrar o que seria importante para as empresas reportarem, do ponto de vista dos investidores”, diz Fernanda Claudino, gerente das comissões técnicas da Abrasca. “Ao mesmo tempo, queríamos que os investidores entendessem os níveis de maturidade de cada empresa participante e como elas estavam estruturadas para atender as demandas.”
Um dos desafios apontados tanto por empresas quanto por investidores é em relação à ausência de uma padronização dos reportes sobre sustentabilidade. A sugestão é que as empresas foquem no que é material para o negócio e o que pode causar impacto para a companhia e para seus públicos de interesse. A tarefa não é fácil. “Isso exige não apenas o conhecimento dos aspectos ESG mais relevantes para cada setor, mas também como elas podem tangibilizar os impactos positivos e negativos do negócio”, diz Fernanda.
Durante as reuniões, gestores ressaltaram que é importante que as companhias não divulguem apenas informações positivas, mas também fatos não tão positivos. Empresas mais avançadas no tema ESG destacaram que, melhor do que tentar acertar tudo de primeira, o mais importante é adotar políticas de forma gradual, deixando espaço para críticas e para o aprimoramento.
AZEVEDO, RITA. Clareza em ESG é chave para atrair investidor. Valor Econômico, 18 de maio de 2023 (data de publicação). Disponível em: Clareza em ESG é chave para atrair investidor | Finanças | Valor Econômico (globo.com). Acesso em: 25 de maio de 2023.