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Esperança internacional depositada em Marina Silva, afundamento de porta-aviões apesar de críticas de ambientalistas e suposto envolvimento de Bolsonaro em plano golpista relatado por Marcos do Val foram notícia.
Sueddeutsche Zeitung – Marina Silva: ministra do Meio Ambiente brasileira deve salvar a floresta e o mundo
Pode soar patético e exagerado, mas talvez seja de fato assim: se tudo correr bem, Marina Silva poderia salvar o mundo. Ela já foi ministra do Meio Ambiente entre 2003 e 2008 e, na época, conseguiu limitar maciçamente o desmatamento na Amazônia. Agora, após quatro anos de políticas destrutivas sob o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, um governo de esquerda tomou posse – e Marina Silva é novamente ministra do Meio Ambiente. Há grandes esperanças de que ela seja capaz de repetir seus sucessos anteriores. […]
Imediatamente após sua vitória nas urnas, Lula prometeu zerar o desmatamento da floresta tropical até 2030. Trata-se de um objetivo ambicioso. Bolsonaro enfraqueceu deliberadamente as agências ambientais. Garimpeiros, madeireiros e grandes proprietários de terras ganharam muito poder. O desmatamento aumentou, e nuvens de fumaça escureceram o céu. Logo a situação ficou tão intolerável que o Fundo Amazônia teve que ser suspenso […].
Agora, com a tomada de posse do novo governo, as verbas foram liberadas novamente. No final de janeiro, a ministra alemã do Desenvolvimento, Svenja Schulze (SPD), reuniu-se com Marina Silva em Brasília para lançar o Fundo Floresta. O objetivo é fornecer ainda mais dinheiro para proporcionar o uso sustentável das florestas.
Marina Silva sabe como é grande a responsabilidade que carrega nos ombros. “O que está em jogo é o futuro do planeta”, diz a política.
Frankfurter Allgemeine Zeitung – Navio com amianto afundado: Lula é alvo de críticas
O Brasil afundou um porta-aviões desativado diante de sua costa atlântica, apesar das grandes preocupações ambientais. Em comunicado sobre o porta-aviões São Paulo, a Marinha anunciou um “afundamento planejado e controlado”. A ação teria evitado “prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro”. […]
Organizações ambientais e o Ministério Público fizeram lobby contra o afundamento, porque o porta-aviões construído na França, que data do final dos anos 50, transporta uma série de materiais tóxicos, tais como nove toneladas de amianto.
“O afundamento do porta-aviões despejará toneladas de amianto, mercúrio, chumbo e outras substâncias altamente tóxicas no fundo do mar”, escreveu o Greenpeace. […] “A Marinha brasileira escolheu prejudicar o meio ambiente e perder milhões de dólares em vez de permitir uma inspeção pública do navio”, disse o Greenpeace, chamando o afundamento de “a maior violação das convenções sobre produtos químicos e resíduos jamais cometida por um país”. Em uma nota técnica, a agência ambiental brasileira Ibama também havia alertado para impactos ambientais.
Também houve discordância dentro do governo sobre a ação. A imprensa brasileira apontou, com base em fontes governamentais, que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, teria se oposto ao afundamento. Entretanto, após um longo debate interno, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria dado permissão à Marinha para explodir as partes ainda intactas do navio e afundá-lo.
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O Brasil na imprensa alemã (08/02). Deutsche Welle, 08 de fevereiro de 2023. Disponível em: <O Brasil na imprensa alemã (08/02) – DW – 08/02/2023>. Acesso em: 08 de fevereiro de 2023.